Nos vemos, de novo
Depois de fugir de tantas
Gaiolas de ferro frio
Que aqueles gradios surgem
Querendo domesticar
O nosso olhar
Na prisão
Aquele alimento de subserviência
Não nutre
A proteção das grades
Deixa as chaves
Na mão do algoz
Nenhuma prisão
Deixa de ser
O paradoxo da proteção
Cerceia dentro, obriga fora
Você, se protege de quê?
Do mim que te aterroriza?
Não jogue sobre mim
Olhos frios de ferro
Não me aprisione
Em critérios gélidos
Vem ser
Essa barca que navega
Nossas águas
Enferrujam gaiolas de meninos
Um dia saberão ouvir nosso canto
Sem temor
Menino,
Só digo:
Vamos cantar
Vamos nadar
É tão gostoso
Nadar nua nesse mar!
Mergulhar territórios
Aceita e respeita
Não me persiga.
É a água, não meu canto
Que você precisa desvendar
Ache a porta da vida
Sua gaiola
É feita de você, menino
Não aprisione
Os ventres que avivam o mundo
Sua prisão não é útero
Nasce menino! Saia de nós. Ande!
Vem nadar no mar
Teu dom da vida
É longo
Perene
E não é de metal
Esquece essa matéria prima
A terra é que é
Nosso ventre comunal